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segunda-feira, agosto 01, 2005
Cara nova...
Não, eu não fiz plástica, to falando do blog. Se estiver tendo problemas com a visualização leia ali ao lado o que fazer... Demorei muito pra conseguir ajeitar tudo isso. Minha quase-prima foi embora sexta. Quinta saímos para dançar. Me adiando, comemos primeiro, eu comi ostras e camarões. Estranho. Não é horrível, mas também não é o prato mais desejável do mundo, as ostras. mas enfim a dança. O lugar estava fechado, acabamos indo para um boliche, lá bebemos e eu perdi duas partidas e cansei meu braço.
Sexta feira à noite eu vi Cidade de Deus, e mais a primeira triologia de Star Wars, foi bem legal isso, uma noite inteira de filmes. Sábado vi uma feira de filhotes. Em geral nao gosto muito de bichos, eles fedem, mas ando tão entediado que poderia brncar com eles durante horas.
Os dias estão cada vez mais monotonos, mas terça promete alguma impolgação. Eu vou à faculdade federal com minha tia, passar o dia lá, passeando, assistindo aulas de repente em alguns cursos, lendo nas bibliotecas.
Bom, é isso, tenho alguns escritos, mas esse é de ontem, ainda ta fresquinho.

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O Carro:
Ele estava sentado no banco de trás, com a velha ao lado. A janela estava aberta, havia muito ar. Sobre as pernas calejadas da velha estava o cinto.
-Vó, põe o cinto.
-Ah, que saco! Todo mundo me enche pra por o... Esse troço aqui!
-É que não adianta nada tê-lo no colo. Não é assim que se engana a morte.
-Ora, eu sei que não adianta! Acha que eu sou idiota? -Ele achava. -Só botei no colo porque estava me incomodando.
Ele não falou mais nada. A velha tentou, sem sucesso, colocar o cinto. Ele desvencilhou-se do seu e ajudou a velha. Havia muito ar, o carro se movia rápido. Ele fechou a janela. Tirou a boina e em seguida recolocou-a com a aba apoiada no nariz, de forma que lhe cobrisse os olhos. A velha ainda tentou conversar umas duas vezes. Ele fingiu dormir.

O Acidente:
O caminhão vinha rápido com seu dono magro. O dono magro estava cansado, vinha muito rápido. O carro estava bem cinza, vinha rápido. Olharam-se surpresos, por um instante, como dois amantes. Por fim beijaram-se.
Ele, no carro, nada via. Estava em transe, meditativo. A boina lhe cobria a visão, cansada. Ele havia usado muito a boina nos últimos dias. Foi quando ouviu os lábios se juntarem.
Sentiu o corpo levitar alguns centímetros acima do banco por pequenos instantes. Logo mais, seu braço direito começou a envergar para baixo e ao mesmo tempo seu ombro esquerdo era atirado para o alto. Ele entrou em parafuso. A cabeça no vidro.
Voou mais alto. Passou pelos amantes, por cima do maior. Deitou-se no meio fio.

A Ida:
Resolveu tirar a boina. Seus cabelos se movimentaram com o vento forte. Ele estava sentado no topo de um poste de luz. Incorrigível, balançava as pernas pendentes...
Olhou para baixo. Uma multidão se aglomerava em torno de um acidente. Na calçada, ele viu algumas partes de um cérebro espalhadas, e muito sangue. Havia um corpo no meio fio. A cabeça, aberta, usava o paralelepípedo de travesseiro. Ele reconhecera o corpo.

A Morte:
Pensou um pouco. Ele percebeu a situação. Estava morto.
-Espero que me dêem pipoca quando for ver o filme.
-Você realmente acredita que vai ver todo sua vida de novo?
-Bom, podiam pelo menos passar os melhores momentos...
Só então ele se deu conta de que estava mantendo um diálogo, virou-se para ver com quem conversava. Um homem branco, cabelo curto e moreno. Olhos verdes contornados de sobrancelhas grossas. Usava um cavanhaque pequeno, um terno preto. Esse homem lhe era familiar. Ele já havia visto esse homem antes em algum lugar, mas onde?
Tão de repente como uma rajada de trovões em um dia ensolarado, veio-lhe a lembrança. Era tão óbvio, embora não fizesse o mínimo sentido. Lembrou do pedaço de cérebro afastado de seu crânio na caçada, devia corresponder a parte do raciocínio. Continuou a conversa.
-Mas então, você sou eu?
-Não, nós somos diferentes.
-Diferentes como?
-Eu sou a morte. Você, o morto.
-Então porque você usa a minha aparência?
-Eu apareço a você do jeito que você quer me ver...
-Pelo menos não é uma menininha em um remo... -Resmunga.
-Como?
-Nada não. Como foi que aconteceu?
-O que?
-Minha morte, ora!
-Ah, isso. Bom, você estava sem o cinto, foi atirado pra fora do...
-Mas isso eu sei! É óbvio! Não tem um jeito de me mostrar o que aconteceu?
Então, o tempo voltou. O cérebro voltou para o corpo, o corpo voltou para o carro, o carro voltou até o segundo que ele destravou o cinto. E ele continuava ali, em cima do poste.
-Será que eu não posso ver com a visão do meu corpo?
A Morte olhou-o intrigada.
-Está bem, mas você não pode colocar o cinto de maneira nenhuma.
-Combinado. -Ele disse com o sorriso estampado na cara. -Eu só quero olhar.

A Volta:
Ele levantou a aba da boina, não queria perder nenhum detalhe de sua morte. Arregalou os olhos para o caminhão. Ele estava suando, ansioso. Como queria aquele momento. Estava em êxtase. O carro freia. O caminhão passa rápido. Cai em uma vala ao lado da estrada. Por pouco não bate no carro. Todos no carro ficaram horrorizados, menos ele. Ele estava abalado, chocado, decepcionado. Como aquilo aconteceu? Ele devia ter morrido, deliciando-se com a morte. Algo estava errado...
Sentiu algo no bolso. Um papel. Havia algo escrito no papel, com a sua letra.
“Nos vemos em breve”
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O Richard tava me ajudando a montar a frase final, porque eu perdi a frase boa que eu tinha. Agente ficou falando frases ingraçadas. Algumas são sérias, mas não parecem. Achei a melhor a do autor. Se tiverem uma frase boa, digam... talvez eu autere na versão final.
-Não se preocupe, nos veremos em breve...
-Não foi dessa vez, mas não se preocupe, nos veremos em breve.
-Sorria muchacho!
-Não se preocupe nos veremos em breve, meu caro.
-Não achei uma frase boa o suficiente - Autor
-Rua Silverstone, 455
-Te vejo por ai meu chapa
-Não foi um sonho.
-Seu esquizofrênico.
-Sete.
-Sorria, minha situação é melhor que a sua.
-Vá preparando o café.
-Pense mais em você mesmo e deixe esta velha chata de lado que tu ganha mais.
-Vó é tudo igual
-Beba Coca-Cola
-É fantástico! Pan.
-Fede pra dana, mas é gostoso.
-Lembrete para mim: pegar crianças no colégio...
-Tri efeito borboleta.
-That's Punk'd
-Tri chato!"
-Te cagou heim magrão.
-Foi apenas um sonho.
-Foi só a sua imaginação.
-Foi apenas um sonho, querido.
-Calma, foi só um sonho sósia.
-Surpresa!
-Feliz aniversário!
-Coma no tio Uncle.
-Aceita um pão de queijo?
-Filho, busca lá um pra mim.
-Relaxa e goza.
-Um sonho que se sonha só, é somente um sonho que se sonha só. Mas um sonho q se sonha junto é realidade...
-Para doar 6 reais, ligue 0800 500 666
-Problemas com sonhos confusos? AA resolve, telefone 555-pinga canha"
-Você não foi o único.
-Aqui que está o mistério da coisa
-Ninguém engana a morte.
-Também me chamo sarcasmo.
-Te pego na saída.
-Te vejo mais tarde
 
posted by Chando, Lucas at 1:21 AM | Permalink |