Estranho reencontrar os colegas do terceiro ano. Pensava que talvez depois que acabassem o colégio eles fossem mudar alguma coisa, o mínimo que fosse. Estão exatamente iguais.
Um sábado de manhã, depois de varar a noite com alguns amigos, esperando um ônibus. Uma hora na rua esperando o ônibus. Sorte ter mp3 player. Ligo no máximo, seguro os fones pra não cair e grito e danço ao som de mutantes. Absolutamente sozinho. Não tão absolutamente. Uma cobe passou entregando jornais. Um taxista tinha o ponto na frente do hotel e o guarda ou recepcionista do hotel podia me ver, lá de dentro. Alguns carros passaram, uns olharam, buzinaram, diminuiram a velocidade. Um cara estranho chegou na parada. Me deu a "dica" que se alguém fosse me assaltar eu corresse pro hotel. Que não é bem um hotel. Ele foi embora falando no celular, ao invés de esperar o ônibus por mais tempo. Acabou a bateria tocador de músicas, fiquei no silêncio um pouco. Chegou o ônibus, o cara estranho aparece correndo sei-lá-de-onde pra pegar o ônibus comigo. Chingando. "Vou pra casa mesmo, blá blá blá, aquele filho da puta tá comendo minha irmã".
Mais tarde, na festa, com suspensórios e uma garrafa de vinho que levei, sou abordado por uma ex-colega. "Vem cá, era tu que tava hoje as cinco e meia da manhã numa parada dançando que nem um louco?"
Os momentos bons da vida.