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segunda-feira, maio 01, 2006
Ainda somos os mesmos, e vivemos.
Meu pai faz três vezes quinze anos amanhã. Um guri. Meu avô passa dos muitos, com sete pontes de safena. Uma criança. Eu ainda tenho espinhas e a barba ainda não cresceu completamente. Um velho.
É incrível como somos parecidos. Não só fisicamente. Nas piadas sem graça, nos trejeitos imbecis e bobos. Nos olhos arregalados, nas caras estapafúrdias. No gosto por vinho, por comida boa. Os prazeres da mesa sempre foram os melhores, eu digo. Os da cama são ótimos, mas ainda considero o mais gostoso dos pecados capitais a Gula. Discuto às vezes com meu pai sobre isso, insisto em mostrar que ela é o melhor pecado. Mas deixemos o post sobre pecados para outro dia, eu falava das três gerações.
Eu gosto de física, meu pai gostava. Ainda vou fazer uma cadeira na faculdade. Por esporte. Não pago mesmo. Meu avô foi chefe barra motherfucker barra fodão barra mandante barra coordenador da faculdade de engenharia. Figura. Sempre tem uns causos legais. Dois já viraram história minha, descaradamente. Estão no La Penna, Arnaldo no mercado e Pulinhos. Aliás, a família deu pra ler o La Penna agora. Falaram disso a pouco, lá na sala. Estão gostando. Meu avô disse que ainda vou "dar um banho no Luis Fernando Veríssimo" com minhas crônicas. Adoro o jeito como esse meu vô elogia. Ele elogia muito bem. E sempre. Sempre tem algo a ser elogiado, seja o cabelo, o sapato, o vestido, a gravata, o texto, a foto tirada, o bolo feito. Sempre. E é sincero também. Acho, na maioria das vezes. Ainda vou elogiar que nem ele. Não duvido que fique igualzinho a ambos, em muitas coisas. Talvez um pouco mais pervertido.
Meu pai adora números. Culpa dele eu tabém gostar, embora não vá fazer nada de engenharia ou outro. Já pensei em economia com bastante carinho, ainda que seja um segredo. É uma das paixões dele também. Culpa dele também meu gosto por xadrez e sinuca (e minha habilidade). No carteado nem tanto... Lembro de quando nós jogávamos tetris na rede. Certo que vou ficar barbudo e barrigudinho tal qual ambos. E meu filho também. Gerações e gerações. Tem coisas que nunca mudam.
Digam "Upá tererê" para o meu pai.

 
posted by Chando, Lucas at 4:14 PM | Permalink |