Outro dia conversava eu com o Gustavo sobre línguas em geral, e então nos demos conta de algumas coisas, enquanto de outras ele me atentou:
Francês tem coisas parecidas com mineiro. Ambos comem várias letras pra pronunciar as palavras.
Veja, "Cheveu" tu pronuncias "Chevu" em francês. É o mesmo que falar "bádapía" se referindo à "embaixo da pia".
Em Portugal eles levam tudo ao pé da letra, afu assim. Exemplo? Ela (brasileira): Olha, tem mesmo uma ponte aqui que vai pra espanha? E ele: Se tem eu não sei, mas se for vai fazer muita falta. Outro? A mesma ela perguntou se domingo a farmácia fechava, e o farmacêutico disse que não, aí domingo tava fechada, segunda ela reclamou, e ele: Mas se nem abriu como ia fecha ó Rapariga?
Castelhano fala devagar, só que fala sete vezes mais do que nós para dizer a mesma coisa, e não gesticula. Daí não há como entender o que eles falam.
Brasileiro não fala nada direito. Gesticula, usa coisas como "hum" e gemidos estranhos para se referir a coisas. Ou vai dizer que todo mundo vive dizendo coisas como "Me passa a margarina" e tal? Não, o brasileiro aponta e o outro entende que é para alcançar o refrigerante, margarina ou o que quer que seja. Algumas vezes eles também fazem usos de gemidos e desenhos no ar para se referir as coisas. Milhões de anos para o humano desenvolver as primeiras línguas faladas, chegar na complexidade e grandiosidade de hoje, e os caras vão lá e me voltam à linguagem de gestos e grunhidos. Bonito isso.
Rapaz, cada coisa que eu vi. Meu rapaz, cada coisa!
-
Update:
Vou pra Riveira agora as quatro da madrugada comprar vinhos e queijos mais bartatos. E talvez um cachecol verde. Volto em dezembro. Fica na fronteira com o Uruguai a cidade. Tá, mentira, volto domingo.