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terça-feira, outubro 11, 2005
Desarmamento.
Pois bem, todos já sabem que dia 23 de outubro haverá o tão falado referendo sobre a proibição da venda legal de armas. Sim, não é realmente sobre o desarmamento, mas sobre a proibição da venda legal de armas. Não haverá qualquer desarmamento verdadeiro. A pergunta cretina: Você é a favor da proibição da proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil?

Isto é tão cretino quanto perguntar se as pessoas são a favor da comercialização do arsênico e da estricnina.

É claro que todos são contra o arsênico e a estricnina. Porque o raciocínio reflexo é de que são venenos. Ninguém vai se lembrar que o arsênico e a estricnina têm também outras mil utilidades que não nada têm a ver com a eliminação de seres vivos, inclusive humanos.

Faz-se um plebiscito calhorda indagando dos brasileiros sobre o arsênico e a estricnina, todos votam contra esses dois letais venenos. O Brasil então vai cair nesta armadilha e vai votar de goleada a favor do desarmamento.

Ainda não conseguiram me convencer de maneira nenhuma que o Brasil precisa desse pseudo-desarmamento. Pois, ganhando o não, serão mantidas as restrições ao comércio de armas, que, atualmente, só podem ser adquiridas por maiores de 25 anos, sem antecedentes criminais, com residência certa e emprego permanente, e que tenham passado por um exame de aptidão técnica e psicológica para isso. Para que, então, proibir que tais pessoas tenham uma arma em sua residência?

Argumenta-se que as armas das pessoas de bem, ao serem roubadas, alimentam o comércio ilegal de armas. Tal argumento parte do princípio de que nossas casas continuarão sendo roubadas. Mas, mesmo que continuem sendo assaltadas, é indiscutível que a maior parte das armas usadas no crime é fruto de contrabando. Uma pequena parte das armas aprendidas é registrada, porém, entre as armas registradas roubadas, a maior parte foi adquirida pelas polícias, guardas municipais e pelo imenso exército de seguranças privados. Tais armas não são de propriedade dessas pessoas, que não hesitam em entregar a arma a qualquer assaltante (havendo um bom número de simulações de assaltos), sobrando uma parcela infinitesimal para os particulares que compram uma arma para ter dentro de casa.

Proibição agravará o desemprego, dará prejuízo superior a R$ 1 bilhão ao erário e estimulará o contrabando.

Os que pretendem abolir o direito de defesa alegam que isso diminuirá o homicídio fortuito, como é o caso de brigas de bar, de trânsito e decorrentes de violência doméstica. Entretanto, o respeitável jornalista especializado Percival de Souza, em matéria publicada na "Tribuna do Direito" (jornal da OAB/SP) de setembro, noticia que 72,3 % dos homicídios se referem ao somatório de morte de bandidos (em confrontos entre eles ou com a polícia), vítimas de assaltos, execuções sumárias e morte de policiais. Apenas 0,9 % se refere a brigas em bares e festas e tão somente 0,5 % corresponde a brigas em família e suicídios. Somente uma parcela desta última categoria é que poderia ser afetada pela proibição de venda de armas. Ou seja: quase nada.

Outra cosia, por acaso alguém sabe o quanto está se gastando para fazer esse referendo imbecil? Nada menos que R$ 700 milhões. É uma humilhação, desmoralização, falta de bom senso e pior do que tudo: ou exibição de ignorância de nossos administradores ou pura maldade praticada contra o pobre povo brasileiro.

Alguém sabe quanto é o orçamento anual da polícia civil e militar no Brasil? R$ 200 milhões. Agora, podem até tentar, mas não há quem me convença que os 700 milhões de reais utilizados para tornar possível esse referendo infrutífero não seriam mais bem empregados para equipar os policiais, comprar mais viaturas, coletes a prova de balas, informatizar os sistemas e criar uma central única de informações para melhorar os seus serviços.

Querem diminuir o crime? Porque não treinam mais e melhoram as condições dos policiais? Gastar tanto para fazer algo que não vai melhorar em nada podendo gastar muito menos (digamos, 200 milhões de reais a mais por ano) para se ter uma excelente frota de policiais e conseguir fazer muito mais pelo bem do cidadão e do estado, só pode ser considerado uma besteira.

Assim esse Estado incumbido de garantir a nossa segurança, não o faz e ainda tem a incrível cara-de-pau de jogar a bomba da culpa em nossas mãos, ou no mínimo, de bancar o Pôncio Pilatos e lavar descaradamente sua mão suja.

Morreu? Matou? Foda-se! O governo já fez a parte dele. Desarmou a população! Ele é contra a violência, não ta vendo!

Termino com a citação de uma professora, Luciana Rey Pereira, na Zero hora do dia 8/9/2005: “No momento em que vivemos mais uma crise no nosso país, o referendo do desarmamento, em outubro, tem a função de desviar a atenção da população brasileira dos problemas sociais que realmente importam. Ou apenas está servindo como uma ‘lavadora’ para todo o dinheiro que está sendo empregado e que poderia ser investido em ações sociais?
Em tempo: eu sou a favor, sim, do desarmamento. Mas do desarmamento da bandidagem, e não dos cidadãos de boa-fé”.

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PS:Não consegui portar esta imagem pois o Hello "despilhou".
PS²: Alguns trexos desse post não foram escritos por mim. Retirei-os de um artigo de um porfessor de direito da PUC-SP, mais dois e-mails anônimos e um blog informativo-pornográfico (O.o).
www.votonao.com.br
 
posted by Chando, Lucas at 1:45 PM | Permalink |